DIAMANTINA

Polícia Civil investiga matança de cães no bairro Diamantina, em Paraíso

Por: Nelson Duarte | Categoria: Cidades | 20-01-2023 10:11 | 2475
Foto: Reprodução

Há cerca de uma semana, moradores no Bairro Diamantina, em São Sebastião do Paraíso, começaram a encontrar cães de porte médio mortos, com características de envenenamento. Segundo informações, são mais de dez animais. A Polícia Civil passou a investigar o caso, e através de imagens de câmeras de segurança, já tem um suspeito de ser o autor.

Conhecido por sua atuação na causa animal, o vereador Juliano Carlos Reis (Biju) disse que na semana passada foi procurado via rede social, por dois moradores no Diamantina. "Me enviaram vídeos, mostrando a situação fora da normalidade de seus cães, que babavam muito. A saliva chegava a formar espuma e não tinham domínio do sistema nervoso".

Ao observar as imagens, me pareceu que os cães pudessem ter sido vítimas de envenenamento, e lhes orientei para recorrerem ao socorro de veterinário. As pessoas me retornaram dizendo que o laudo dado realmente era de envenenamento, porém conseguiram salvar seus pets, explica Biju.

A maioria dos animais mortos é de rua, "cães comunitários", conhecidos pelos moradores, que cuidam deles, lhes oferecendo ração e água. Acredita-se que foram atraídos supostamente em busca de alimentação, em que o autor colocou veneno. Em outros três envenenamentos, os alimentos foram jogados por cima dos muros das residências.

"A contagem desses animais assusta, ultrapassa 10 cães. Ao tomar conhecimento, passei a situação para a Polícia Civil e estou junto aos amigos do bairro Diamantina, simpatizantes pela causa animal e protetores, correndo atrás de imagens de câmeras para identificar o criminoso e facilitar a investigação dos policiais a fim de prender o criminoso", explica Biju.

Segundo o vereador, existe um suspeito e a colaboração dos moradores fornecendo as imagens será primordial para confirmar o autor do extermínio dos animais.

ABRIGO
Segundo o vereador Juli-ano Carlos, um questiona-mento sempre feito é sobre o que o poder público pode fazer para evitar que aconteçam casos semelhantes de maus tratos, chegando até mesmo à matança de animais.  "Demanda que cobro é a criação de um abrigo animal, diferente de canil municipal, que se torna depósito de animais, e não tem perspectiva de vida, embora o setor municipal de zoonose se esforça fazendo feiras de adoção. Para o abrigo, já existe local próprio, afastado da cidade, onde terá socorro veterinário, alimentação, toda ficha de vacinação, vermifugação e deixa os animais para adoção", explica Biju.

Outro objetivo é fomentar feiras, para que animais sejam adotados, e o recolhimento de pets, quando o abrigo estiver pronto, visando maior controle dos já existentes nas ruas. O controle populacional geral é feito com os programas de esterilização, salienta o vereador.

"O maior desafio é a falta de conscientização pessoas que abandonam animais, mas é o que podemos fazer de início. A boa notícia é que o prefeito Marcelo Morais nos garantiu para este ano o planejamento e o início destas adequações de onde será esse abrigo animal", afirma o vereador.

Policiais civis estão investigando a matança de cães no Diamantina, e em análise de algumas imagens, há um pelo menos uma pessoa suspeita do crime.

No ano passado em São Tomás de Aquino houve um grande número de cães envenenados, o que causou comoção e revolta em muitas pessoas. Não há informações se a autoria foi apurada.

CRIME
Desde 2020, a pena para quem maltratar ou praticar abusos contra cães e gatos foi aumentada, passando a ser de dois a cinco anos de reclusão, multa e perda da guarda do animal. Antes, a pena era de detenção de até um ano.

Conforme publicado pelo jornal O Tempo, "dez ocorrências de maus-tratos a animais foram registradas todos os dias, em média, em Minas Gerais, de janeiro a novembro de 2022. No período foram contabilizados 3.222 casos, de acordo com a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp). A Lei Sansão, sancionada em setembro de 2020, é a esperança para a diminuição do número de ocorrências criminosas. Enquanto alguns "descartam" os pets, há quem os acolha e dê condições dignas de vida.