RECICLAGEM ENTULHOS

Arquiteta propõe à Câmara implantação de usina de reciclagem de entulhos em Paraíso

Composto reciclado poderia ser utilizado pela prefeitura em obras públicas. Vereadores sugerem reunião com o Executivo
Por: Ralph Diniz | Categoria: Política | 07-06-2023 09:42 | 1323
Arquiteta e urbanista Érica Coelho apresentou a proposta durante a sessão da Câmara na última segunda-feira, 5
Arquiteta e urbanista Érica Coelho apresentou a proposta durante a sessão da Câmara na última segunda-feira, 5 Foto: ASSCAM

Uma proposta de implantação de uma usina de reciclagem de resíduos sólidos da construção civil foi apresentada na sessão ordinária da Câmara de Vereadores de São Sebastião do Paraíso, segunda-feira (5). A arquiteta e urbanista Érica Moreira Coelho foi a responsável por levar o projeto à tribuna.

Segundo a autora, resíduos sólidos, ou entulhos, são classificados pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) em várias classes. A proposta de Érica é focada na reciclagem de Classe A, que corresponde a mais de 90% dos resíduos da construção civil.

Os detritos provêm de construções, demolições, reformas de infraestrutura, e da fabricação e demolição de peças pré-moldadas em concreto. “Essa usina iria reciclar esse entulho. A ideia é realizar junto ao Executivo um estudo de viabilidade da usina, definir o capital a ser investido pelo município e, então, fazer o projeto – não somente da planta da usina, mas de todo o processo, desde a captação do resíduo até a destinação do material reciclado,” explicou aos vereadores.

Para a localização da usina, a arquiteta propõe utilizar o espaço conhecido como “bota-fora”, atualmente administrado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e situado às margens da rodovia MG-050. O projeto seguiria as regras do Conama, bem como as leis municipais, estaduais e federais, além das normas técnicas de resíduos sólidos vigentes no Brasil.

Com essa usina, a arquiteta e urbanista destacou que o município teria “o ganho ambiental ao eliminar esses resíduos que, quando são mal depositados, trazem inúmeros problemas, como a drenagem urbana, o tráfego de veículos, a poluição do ar, a contaminação do solo e contribuem com a proliferação de ratos, baratas, escorpiões”.

A proposta também apresenta uma dimensão econômica: a usina pode gerar economia de recursos público, já que o composto reciclado poderia ser usado pela prefeitura na pavimentação de ruas, praças e estradas rurais. “Há um investimento inicial na usina, mas pela pesquisa que fiz, isso é pago rapidamente. Depois, ela fica para as próximas gerações”, salientou a arquiteta.

Ainda de acordo com Coelho, futuramente, o local também poderia abrigar uma fábrica de artefatos de concreto, como bancos de praça, mesas e bloquetes. “A primeira ideia é fazer a usina para separação do material mais bruto e reutilizar de forma mais simples, na pavimentação. E, futuramente, podemos investir nessa fábrica de artefatos que também podem ser usados na cidade”, propõe.

Os vereadores sinalizaram de forma positiva para a proposta apresentada. Luiz Benedito de Paula (PP) propôs uma reunião entre prefeitura, câmara e a idealizadora da usina para discutir o assunto, uma vez que o Executivo já havia demonstrado interesse em realizar um trabalho de reciclagem desse tipo de resíduo. Já Pedro Delfante (PL) lembrou que, naquela data, se celebrava o Dia Mundial do Meio Ambiente, ressaltando a importância de se preocupar com as questões ambientais ligadas ao município.