Roney Vilaça anuncia ofício à ALMG para apurar assembleia no “Ditão”
Vereador pediu investigação da Comissão de Educação após denúncias de irregularidades; parlamentar também visitou escola cívico-militar em Itajubá

O
vereador Roney Vilaça anunciou durante a sessão ordinária da Câmara Municipal
de segunda-feira, 1º de setembro, que vai oficiar a Comissão de Educação da
Assembleia Legislativa de Minas Gerais solicitando a apuração de supostas
irregularidades ocorridas durante a assembleia realizada na Escola Estadual
Benedito Calafiori (Ditão) para discutir a adesão ao modelo de escola
cívico-militar.
Segundo
o parlamentar, ele recebeu diversos relatos de pais que teriam sido vítimas de
fake news, intimidações e até medo de agressões durante o processo. A
superintendente regional de ensino, Maísa Mello, também teria sido alvo de
desrespeito por parte de um professor, conforme apontado em nota oficial lida
por Roney em plenário. “O que não podemos permitir é que pessoas tentem
manipular o processo com mentiras, criando um ambiente de violência e
intimidação. Se a escola decidir rejeitar novamente o projeto de forma
democrática, que assim seja. Mas é preciso garantir ordem, segurança e
informação correta aos pais”, afirmou o vereador.
Roney
ressaltou que não pretende interferir no resultado das assembleias, mas defende
que a apuração seja feita para assegurar a legitimidade e a transparência do
processo. “Não se trata de mudar resultado. O que pedimos é que as decisões
sejam tomadas de forma limpa, com informação correta e respeito às famílias. Só
assim poderemos falar em processo democrático de verdade”, destacou.
O
parlamentar também lembrou que esteve recentemente em Itajubá, em visita
técnica a uma escola cívico-militar, acompanhado do deputado Eduardo Azevedo.
Segundo ele, diretores, professores e alunos relataram avanços em disciplina,
segurança e qualidade de vida na unidade. “Todos os dias, às seis e meia da
manhã, há militar na porta da escola controlando a entrada. Qual pai ou mãe não
gostaria dessa segurança para seus filhos?”, questionou.
Ainda
de acordo com Roney, na Escola Estadual Paula Frassinetti, em Paraíso, a adesão
ao modelo foi aprovada, enquanto na Escola Estadual Clóvis Salgado a proposta
foi rejeitada — em ambos os casos, segundo ele, dentro de um processo
democrático que precisa ser respeitado. O parlamentar reforçou, porém, que a
situação no Ditão foi diferente e precisa ser investigada.
Por
fim, o vereador anunciou que o ofício será encaminhado diretamente de seu
gabinete ao deputado Eduardo Azevedo, que ficará responsável por levar o pedido
de apuração à Comissão de Educação da Assembleia Legislativa de Minas Gerais.
Relembre o caso no Ditão
Em
julho deste ano, o Jornal do Sudoeste registrou a repercussão das
assembleias realizadas em quatro escolas estaduais de São Sebastião do Paraíso
para decidir sobre a adesão ao Programa de Escolas Cívico-Militares. O
resultado foi dividido: duas instituições aprovaram e duas rejeitaram o modelo
proposto pelo Governo de Minas.
No
caso do Benedito Ferreira Calafiori (Ditão), a votação terminou com ampla
maioria contrária, mas o processo ficou marcado por denúncias de desinformação,
tumulto e atitudes hostis. A Superintendência Regional de Ensino divulgou nota
oficial destacando a lisura do processo, mas reconhecendo episódios de
desrespeito e tentativas de manipulação.
O episódio gerou forte reação na comunidade, com manifestações de professores, pais, alunos e vereadores.