Roney Vilaça anuncia ofício à ALMG para apurar assembleia no “Ditão”

Vereador pediu investigação da Comissão de Educação após denúncias de irregularidades; parlamentar também visitou escola cívico-militar em Itajubá
Francine Rossi acelera durante o Rally Serra Azul, em Pardinho (SP), e segue em busca de mais um título nacional Foto: Reprodução

O vereador Roney Vilaça anunciou durante a sessão ordinária da Câmara Municipal de segunda-feira, 1º de setembro, que vai oficiar a Comissão de Educação da Assembleia Legislativa de Minas Gerais solicitando a apuração de supostas irregularidades ocorridas durante a assembleia realizada na Escola Estadual Benedito Calafiori (Ditão) para discutir a adesão ao modelo de escola cívico-militar.

Segundo o parlamentar, ele recebeu diversos relatos de pais que teriam sido vítimas de fake news, intimidações e até medo de agressões durante o processo. A superintendente regional de ensino, Maísa Mello, também teria sido alvo de desrespeito por parte de um professor, conforme apontado em nota oficial lida por Roney em plenário. “O que não podemos permitir é que pessoas tentem manipular o processo com mentiras, criando um ambiente de violência e intimidação. Se a escola decidir rejeitar novamente o projeto de forma democrática, que assim seja. Mas é preciso garantir ordem, segurança e informação correta aos pais”, afirmou o vereador.

Roney ressaltou que não pretende interferir no resultado das assembleias, mas defende que a apuração seja feita para assegurar a legitimidade e a transparência do processo. “Não se trata de mudar resultado. O que pedimos é que as decisões sejam tomadas de forma limpa, com informação correta e respeito às famílias. Só assim poderemos falar em processo democrático de verdade”, destacou.

O parlamentar também lembrou que esteve recentemente em Itajubá, em visita técnica a uma escola cívico-militar, acompanhado do deputado Eduardo Azevedo. Segundo ele, diretores, professores e alunos relataram avanços em disciplina, segurança e qualidade de vida na unidade. “Todos os dias, às seis e meia da manhã, há militar na porta da escola controlando a entrada. Qual pai ou mãe não gostaria dessa segurança para seus filhos?”, questionou.

Ainda de acordo com Roney, na Escola Estadual Paula Frassinetti, em Paraíso, a adesão ao modelo foi aprovada, enquanto na Escola Estadual Clóvis Salgado a proposta foi rejeitada — em ambos os casos, segundo ele, dentro de um processo democrático que precisa ser respeitado. O parlamentar reforçou, porém, que a situação no Ditão foi diferente e precisa ser investigada.

Por fim, o vereador anunciou que o ofício será encaminhado diretamente de seu gabinete ao deputado Eduardo Azevedo, que ficará responsável por levar o pedido de apuração à Comissão de Educação da Assembleia Legislativa de Minas Gerais.

Relembre o caso no Ditão

Em julho deste ano, o Jornal do Sudoeste registrou a repercussão das assembleias realizadas em quatro escolas estaduais de São Sebastião do Paraíso para decidir sobre a adesão ao Programa de Escolas Cívico-Militares. O resultado foi dividido: duas instituições aprovaram e duas rejeitaram o modelo proposto pelo Governo de Minas.

No caso do Benedito Ferreira Calafiori (Ditão), a votação terminou com ampla maioria contrária, mas o processo ficou marcado por denúncias de desinformação, tumulto e atitudes hostis. A Superintendência Regional de Ensino divulgou nota oficial destacando a lisura do processo, mas reconhecendo episódios de desrespeito e tentativas de manipulação.

O episódio gerou forte reação na comunidade, com manifestações de professores, pais, alunos e vereadores.